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30.11.09

A Mudança

Por Silvio T Corrêa

Escrito em 2004

Raffaello Almeida sempre foi um excelente profissional. Com o próprio esforço, fez carreira dentro de uma multinacional, partindo de uma posição de auxiliar de escritório, já que naquela época eram raros os atuais programas de estágio, que garimpam os candidatos promissores.

Fluente em quatro línguas, mestrado em Stanford, porte atlético, praticante de esportes e voraz leitor, Raffaello estava a um passo de tornar-se o principal executivo da empresa.

Luzia Amarello, também mestre por Stanford, onde conheceu Raffaello, abriu mão dos seus sonhos profissionais para tornar-se dona de casa e mãe compromissada. Isso foi decidido por ocasião do nascimento do primeiro filho, que hoje está tentando o vestibular para a carreira de médico. O segundo filho do casal, um ano mais novo, pretende seguir a carreira de ator.

Luzia, já com os filhos crescidos e praticamente livres da “barra da saia”, decidiu, para ocupar o grande tempo livre, escrever. Como não passava de um hobby, não mostrava a ninguém os seus textos. Nem mesmo Raffaello sabia dessa atividade de Luzia.

À noite, quando Raffaello chegava mais tarde, o que acontecia de três a quatro vezes por semana, Luzia debruçava-se sobre o seu notebook e escrevia sem descanso.

Ele chegava cansado pelos problemas que tinha que resolver na empresa, mas procurava não comentar em casa, na ilusão do sexo frágil. Luzia procurava se inteirar dos problemas do marido, mas era em vão.

No passar dos meses, quando Luzia percebeu, já estava com mais de cem páginas escritas de um romance ainda sem nome. Começou a considerar a possibilidade de terminar e tentar publicar. Enquanto pensava, teve uma súbita vertigem.

Na empresa, Raffaello estava preocupado com a onda de boatos que falavam sobre possíveis cortes. Segundo os boatos, que começaram na matriz, os cortes eram para os salários mais altos. Raffaello encaixava-se na situação.

Luzia resolveu fazer um check-up. Com quarenta e sete anos, não podia brincar com a saúde! Não precisou de muitos exames para receber o diagnóstico. Estava grávida!

Com muito tato, contou para Raffaello. Não tinha tato que desse jeito! Raffaello desesperou-se e por maior que fosse o esforço, não conseguia disfarçar sua decepção e preocupação. Lembrou-se da onda de boatos.

Com a gravidez de risco, Luzia precisava de acompanhamento constante, e Raffaello, a cada dia mais, dedicava-se totalmente à empresa, tentando escapar do antigo boato, que acabou tornando-se realidade.

O terceiro filho, uma menina, nasceu: Rafaela. No dia seguinte, nasceu um desempregado: Raffaello.

Luzia acalmou o coração do esposo dizendo que com a experiência que ele tinha, conseguiria uma nova colocação com facilidade.

Procurou head-hunters, empresas de recolocação e o escambau. A idade, cinquenta anos, era um dos impedimentos; o antigo salário era outro.

Com os filhos próximos de ingressar na universidade e com um bebê para cuidar, a poupança acumulada não iria durar muito tempo.

Luzia decidiu procurar emprego e Raffaello, ainda que contra, achou que poderia ser uma saída. O único senão, era pra quem cuidaria do bebê. Decidiram que enquanto um saía, o outro ficaria em casa.

O início foi contrastante. Luzia empolgada com a ideia e Raffaello desenhando um futuro desanimador.

Enquanto procurava uma colocação, Luzia decidiu apresentar seu romance, já terminado, para diversas editoras. “Quem sabe?” — pensava ela.

Em casa, Raffaello via-se às voltas com fraldas, mamadeiras, banhos e papinhas. Para economizar, decidiram não contratar uma babá.

Luzia conseguiu ser contratada por uma editora, que estava iniciando, para atuar no departamento de marketing. Pronto! O cenário ficou definido e Raffaello, desesperado com a nova situação. Seria sustentado pela esposa!

Luzia agia diferente. Chegava em casa e queria contar tudo para o marido. Raffaello escutava e, cada vez, afundava mais.

O tempo passava e Raffaello não se conformava.

Quando Rafaela estava com um ano e meio, uma mudança começou a acontecer. Ela disse “papai”! Foi uma alegria diferente que ele sentiu, uma emoção que não era comparável com nenhuma que já tivesse sentido. Comprou uma garrafa de champanhe para comemorar com a esposa, quando ela chegasse.

Naquela noite, Luzia não chegou na hora habitual. Nove horas, dez horas, e nada. Chegou às 23h.

Raffaello não quis saber se o trabalho exigiu ou qualquer outro motivo. Estava fulo e achava-se com razão! Não lembrou das inúmeras vezes que o mesmo aconteceu com ele. Nessas horas, toda a educação patriarcal que recebeu, veio à tona.

Ter que dar satisfação para pedir dinheiro à esposa, ainda que não fosse cobrado para agir assim; não poder sair no final do dia para o happy hour, eram situações “constrangedoras”. Ele, que tanto falava sobre enfrentar as mudanças, não conseguia enfrentá-las agora.

No dia seguinte, Luzia contou que o atraso aconteceu porque a editora resolveu publicar o seu livro.

— Que livro?

— O que eu escrevi nas horas que ficava só e quando você chegava tarde.

— Bom. — Raffaello sentiu a alfinetada. — Por que nunca me contou?

— Você nunca se interessou!

— Agora estou interessado. Posso lê-lo?

Luzia entregou o texto e, já ia saindo, quando Raffaello contou que a menina tinha falado papai. Disse isso com um certo gosto de vingança e percebeu uma lampejo de ciúmes na esposa.

Resolveram sair à noite para comemorar e colocar em dia uma conversa, que há muito estava sendo adiado.

Hoje, Rafaela já está com seis anos. Raffaello continua como “dono de casa”, mas consegue, uma vez ou outra, fazer uma assessoria ou uma consultoria. O livro de Luzia não foi um sucesso que permitisse seguir a profissão de escritora mas, com seu trabalho, chegou ao cargo de gerente de marketing na empresa.

Os dois entenderam que a vida deles tinha que ser totalmente compartilhada. Perceberam que os problemas de trabalho não são, simplesmente, deixados no trabalho, assim como os problemas domésticos não ficam aguardando em casa. Compreenderam que a atuação de um, é tão importante quanto à do outro. Hoje eles têm a consciência de que arestas sempre haverá e que somente o diálogo, de peito aberto, poderá apará-las.

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13.10.09

Mineirinha n’Alemanha – Sandra Santos

mineirinhanaalemanha

O livro “Mineirinha n’Alemanha” fala sobre como driblar o choque cultural no país, descrevendo muitos de seus costumes e desvendando aspectos nem sempre claros de sua cultura. “A autora não só retrata o sentimento de como é viver em um país diferente do país natal, mas também fala dos requisitos para obter a cidadania alemã, de questões ligadas ao mercado de trabalho alemão para estrangeiros, além de contar muito da vida dentro do país e falar de temas da atualidade brasileira e alemã”. Leia mais…

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22.9.09

O Flerte

Por Silvio T Corrêa

Parecia que o pé esquerdo tinha vida própria. Afinal, não era possível estar com aquele mau humor se eu não estivesse levantando, todo dia, com o pé esquerdo.

Mas também, sei que não sou o único. Todos nós temos os dias de mau humor. Uns mais e outros menos. Faz parte da nossa vida e além do mais, o poste não fica de mau humor; só gente fica.

“Sei que vai ter alguém dizendo que os animais e, talvez, as plantas, também fiquem de mau humor. Pois bem. Perdoem minha licença poética e entendam, se preferirem, “gente” como sendo todo ser vivo. Melhorou?”

Voltando à nossa conversa.

Eu estava, então, num dia daqueles. Da manhã até a noite, era aquele mau humor.

Pois eu vinha pra casa, sentado naqueles bancos laterais do Metrô, quando senti uma leve quentura no corpo. Pensei logo na gripe. Mas não. Era um olhar. Talvez maroto, talvez brincalhão ou quem sabe, apenas curioso. Contudo, era um olhar forte. Uma mulher bonita. Mexeu comigo!

Ah! O mau humor foi embora naquele instante.

O flerte é algo muito bacana. O Aurélio chama de namorico, mas nem isso é. É algo que antecede, em muito, o namoro. Muitas vezes é só uma troca de olhares, um sorriso; um abaixar a cabeça, meio sem graça. Isso pra mim é o flerte. Além disso já é azaração e aí, faz quem pode, ou quem acha que pode. Eu fico no flerte.

Mas o flerte também ocorre na vida profissional. Da mesma forma, tem a capacidade de afastar o mau humor e o desanimo. Quem ainda não falou algo pra quebrar o gelo na hora de entregar um cartão de visita, perdeu uma oportunidade de flertar com um possível cliente.

Na época da jurássica ficha telefônica, existia um cartão de visita em que no verso tinha um pequeno envelope colado. Dentro; uma ficha telefônica. O gelo era quebrado e o espaço pra conversa, se abria.

Flerte não é traição com alguém ou com alguma empresa. Flerte é uma ferramenta pra medir, para testar você. Seja no mercado profissional ou pessoal.

Em todos os casos, não pode partir, direto, pra azaração, pro ataque. O flerte é sempre necessário e é preciso saber fazê-lo.

No flerte profissional, é sempre bom ter alguém que faça as apresentações no momento certo.

Também não adiantará ser apresentado a alguém que está numa roda com mais cinco amigos — a não ser que o assunto seja sua “expertise”. O máximo que você irá conseguir é ter o seu cartão enfiado no bolso de um paletó.

O flerte profissional, além de testar seu poder de vendedor, de ampliar sua rede de contatos, alivia sua prostração pelo salário baixo, pelo atual cliente que só sabe reclamar, pelo colega que a toda hora pede sua ajuda pra fazer o trabalho dele, e demais chateações diárias. Novos horizontes são abertos. O “gás” aumenta!

Vem cá. Vamos nos ver no Ponto de Encontro?

Se você ainda não faz parte, participe do Ponto de Encontro pra continuarmos a conversar.

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12.9.09

O Quase

Por Rodrigo Marques Barbosa

É o quase que me incomoda, a incerteza da consumação do fato, a palavra mal dita, o espirro enrustido.

É o meio, a indecisão, o titubeio, a vacilada, o quase que me desgasta, me corrói, me indispõe.

É o morno que vomito, nem quente, nem frio, nem tudo, nem nada, só o quase que me irrita.

É a vontade que fica suspensa, o desejo que não se revela, o beijo que não encosta o lábio alheio, o abraço quase apertado.

É o sexo nas coxas, a virtude de barro, o engasgo do vernáculo, o bocejo quase aberto.

É o amor não dito, a paixão suprimida, a liberdade rechaçada, o quase viver que me consome.

E, às vezes, eu quase não me dou conta dos quases que me convêm, dos quases que fazem desdém, dos quases que incomodam.

Mas o quase mais doído é o amigo meio-termo, a amante nebulosa, a cerveja que esquentou.

A única certeza que tenho, o único antiquase da minha vida é o agora.

O agora não é quase antes, nem quase depois. É agora. O antiquase que aprovo.

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3.9.09

Ser ou não ser, eis a opção.

Por Luis França

Qual o nosso limite? O quanto aguentamos antes de estourar? Até quanto suportamos as divergências antes de explodirmos? Como perceber a linha tênue que separa a razão do descontrole total, da raiva, ou mesmo do ódio, a ponto de esquecer a civilidade e reagir, ainda que por instinto? E, depois de feito, existe chance para o arrependimento?

Falando por mim -- e creio que a maioria das pessoas seria assim -- até que sou muito tranquilo. Normalmente meu pavio é longo, reflito muito sobre as respostas, atitudes a tomar: penso, pondero, calculo, aguento, engulo sapos, esqueço com facilidade as ofensas e provocações, piadinhas idiotas de qualquer mente sem cultura; sou quase inerte a isso.

Mas tem hora que tenho medo dos meus pensamentos. Como não tenho sangue de barata, a minha cabeça ferve, a adrenalina aumenta, a visão angula, a mente fica a mil, o radar afunila no alvo e confesso que tenho vontade de reverter essa mansidão, enfiar o pé na jaca e partir pra cima, retrucar, ofender, até humilhar, cuspir na cara; vontade de entrar no embalo da gritaria, de responder à altura -- inteligência não me falta pra isso --, vontade de emburrecer só pra baixar ao nível da ignorância alheia e vomitar as minhas pragas, afinal, meu ouvido não é pinico... E mesmo que fosse, em algum momento eu teria que esvaziar o potinho, devolver o lixo ouvido à força para a origem. Nas raras vezes em que isso aconteceu, eu destruí a afronta, ainda que havendo consequências rolou muito pouco arrependimento.

Não é fácil engolir desaforo gratuito de quem quer que seja, principalmente quando este não faz ideia do que diz, é pessoa imprestável, falsa, mediocre, pobre de um mínimo de moral, debilitada espiritualmente e de alma vazia, impoluta; um lixo, inútil; uma piada de mal gosto e pior, mal contada. Um ser míope, maldito infeliz, oportunista; instrumento do mal que vive tentando tirar a paz de outros, um desgraçado fazendo hora no mundo.

Felizmente, quando estou a ponto de me rebaixar, imediatamente me vem um sentimento de dó, de piedade e angústia por ver que alguém pode chegar a um ponto tal de mutilação da própria estima e existência que me dá vontade de derrubar uma lagriminha.

É duro ver o miserável se vender por qualquer merreca, largar a família, viver uma imundície de vida em troca de um prazer efêmero, para depois ficar chorando as próprias mazelas, e apontando as pessoas em volta, como se os outros fossem responsáveis pela sua própria miséria ou ruína. Acredito que é doença espiritual seguir essa podridão de vida... É neste momento que começo a ter estes sentimentos benevolentes, graças a Deus.

Por fim, temos que entender e respeitar as opções das pessoas, afinal, limites também se escolhe. Pena quando não sabem fazer isso direito, coitadas. E, Deus nos livre de um coração peludo e rancoroso...!

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25.8.09

SOFT SKILLS – UM DESAFIO PARA O PESSOAL DO RH

Por Cleyson Dellcorso

Algumas vezes substituímos os moveis da empresa por outros de design mais moderno ou de cores mais atraentes e não observamos impacto significativo nos resultados da organização.

Isto acontece também com alguns profissionais, que mesmo sendo excelentes técnicos, se substituídos por outros de igual capacidade técnica, pouco influenciarão no desenvolvimento das operações.

Existe um diferencial em cada colaborador que o distingue dos demais - são os soft skills ou competências não técnicas. Quando temos em nossa equipe elementos que sabem manter um bom relacionamento, que têm criatividade e ética, que sejam alegres e motivados, certamente se este funcionário for substituído o desempenho da equipe será pior, a menos que seja substituído por outro de igual capacidade técnica e competências comportamentais semelhantes.

Infelizmente muitas empresas ainda selecionam profissionais apenas pela sua experiência e conhecimento técnico, porém quando são colocados em uma equipe não agregam valor e até atrapalham em atingir os objetivos. Peter Drucker disse que “somos contratados pelas competências técnicas e somos demitidos pelas nossas competências comportamentais”, o que evidencia a importância do comportamento do colaborador.

Soft Skills são o grande desafio para o pessoal do RH que para conduzir uma boa seleção deverá conhecer detalhadamente os processos internos, a cadeia produtiva e a de valores da organização. Deverá também ter um detalhamento criterioso das competências básicas não técnicas necessárias a cada função. Somadas a estas competências deverão ter definidos os comportamentos comuns desejados em todos os níveis, características estas que farão a imagem da empresa perante o mercado e mesmo entre os próprios funcionários; é o conjunto destas características que auxiliam a empresa a se tornar the best place to work.

Se o setor de Recrutamento e Seleção tem a importante tarefa de buscar no mercado os profissionais que estejam alinhados com a missão e os valores da empresa, não menos importante é a responsabilidade do setor de Treinamento e Desenvolvimento que paralelamente ao treinamento técnico operacional deverá dedicar especial atenção ao aprimoramento comportamental dos colaboradores que, por uma razão ou outra, foram admitidos apenas pelas suas competências técnicas ou pela experiência na função.

Pessoalmente acho mais econômico e vantajoso recrutar um profissional que tenha as características comportamentais alinhadas com as da organização, porém de menor nível de especialização que um excelente técnico que tenha deficiência nas áreas de soft skill, pois tecnologia com razoáveis programas de treinamento ou mentoria pode ser adquirida com rapidez, mas mudar hábitos de anos é muito mais difícil, mas não impossível.

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SOU TECNOBREGA

Por © Mario Persona

http://www.mariopersona.com.br/cafe/archives/00000256.htm

Veja você, eu era tecnobrega e não sabia! Não sabe o que é tecnobrega? Trata-se de uma grande sacada para a produção, promoção, venda e distribuição de conteúdo artístico e intelectual.

Coisa de Brazil com "z" na literatura lá fora.

Junte tecnologia, pirataria, mau gosto e criatividade, bata com muito ritmo, e o tecnobrega está pronto pra inglês ver. O modelo de negócio é citado no livro "Free - O futuro dos preços", por Chris Anderson, editor-chefe da revista Wired e também autor de "A Cauda Longa". A versão em áudio do livro "Free" é... FREE! (link abaixo)

A idéia não é nova. Há dez anos escrevi sobre o que aprendi com Kevin Kelly, co-fundador da Wired, que também entrevistei na época.

Funciona assim: quanto mais rara a coisa, mais cara fica. Por outro lado, quanto mais abundante, mais o seu preço tende a zero. ZERO!

Respire fundo e você vai entender.

Quando alguns artistas paraenses perceberam que o atual modelo de distribuição de música estava no bico do corvo, decidiram inovar.

No passado o artista só ganhava quando tirava a viola do saco, porém a tecnologia permitiu que ele e a viola ficassem em casa, enquanto a música viajava e faturava no som gravado.

E foi nesse céu de brigadeiro que a indústria fonográfica voou enquanto a tecnologia de gravação e distribuição estava restrita a quem podia pagar por ela. Mas alegria de rico também dura pouco, e a abundância tecnológica fez esse custo tender para... ZERO!

Isso mesmo, não custa nada para o carinha copiar a música e passar para trocentos amigos na Internet. A mesma tecnologia que mandou o artista enfiar a viola no saco e ficar em casa, avisou que agora é hora de cair na estrada, como no tempo dos menestréis. É mudar ou morrer.

Tecnobrega é a alternativa viável para os novos tempos. O músico grava seu som num estúdio caseiro ou alugado e entrega o CD para o camelô piratear à vontade. Ok, foi resolvida a questão da gravação e distribuição a preço de banana, mas o que o artista ganha com isso? Nada, mas fica conhecido.

O dinheiro vem das apresentações ao vivo, que também são gravadas em DVDs e CDs e entregues... isso mesmo, ao camelô. A cada volta da roda o artista é mais valorizado e mais solicitado, e pode cobrar mais pelo show. Alguém gravou um vídeo e colocou no Youtube?

Maravilha! Tem carinha pirateando o som adoidado na rede? Melhor ainda para o artista tecnobrega!

Sem querer querendo, descobri que também sou tecnobrega. Não toco e nem canto, mas escrevo, e há mais de dez anos incentivo a cópia livre e descarada de minhas crônicas. Meus textos também viram locuções caseiras em vídeo e áudio, além de alguns de meus livros já estarem disponíveis para download. FREE! Onde eu ganho? Na venda de meu trabalho ao vivo e em cores em palestras e treinamentos.

- Alô? Mario Persona? Recebi de um amigo um [texto, vídeo, áudio] de sua autoria. Você pode vir à minha empresa falar sobre aquele assunto?

É claro que vou. Só em 2008 enviei 535 propostas a solicitações assim sem fazer um único "cold call", que é quando o vendedor toma a iniciativa de ligar ou visitar um possível comprador. Este número não inclui solicitações de curiosos, mas só de empresas realmente interessadas, e equivale a enviar uma proposta e meia por dia.

Obviamente só envio as propostas inteiras.

Se fechei todas? Nem em sonho. Mas se considerar que não gastei um centavo com propaganda e a promoção foi feita no camelódromo web, posso me considerar um tecnobrega de carteirinha. Porém as semelhanças terminam aí. No mais, que me perdoem os amantes do gênero, eu ainda acho a música tecnobrega cara.

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19.8.09

A Um Passo De Mim – Márdel Cardoso

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Até que ponto você chegaria para buscar o sucesso?

O livro é o primeiro romance do autor. Depois de dois anos de trabalho de pesquisas conseguiu reunir os acontecimentos mais importantes da internet brasileira.

O livro é uma aula de empreendedorismo e coragem. Uma vida dedicada ao sonho e à magia de grandes negócios na internet brasileira. A vida marcante de um executivo que viveu intensamente sua vida em busca de um sonho.

Uma vida cheia de paixões: o vôo livre, a música, os amores e as eletrizantes ações de um homem que através da internet buscou a superação e a chance do enriquecimento. Uma vida intensa de um criativo homem cercado por fenômenos espíritas.

[ Primeiro Romance- A Um Passo de Mim ]

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Multinivel Explosivo – Sergio Buaiz

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A diferença entre os poucos que alcançam grande sucesso em suas carreiras, daqueles que trabalham, trabalham e não chegam a lugar algum, é uma palavrinha mágica chamada "foco"!

Neste negócio não é diferente! Dentre todas as pessoas que se inscrevem em uma empresa de Marketing Multinível, os poucos que chegam ao topo e ficam ricos são também aqueles que mantêm o foco, fazendo exatamente o que é revelado neste Programa MULTINÍVEL EXPLOSIVO!

http://www.multinivelexplosivo.com.br/?1453na

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17.8.09

Um Caso De Amor Com Livros

por Bernadete Piassa

Quando eu era pequena, pensava que ler era como tomar um remédio do qual só tinha permissão para tomar uma colher por vez, mas que mesmo assim ainda tinha o poder de me carregar para um mundo encantado, onde eu experimentava emoções estranhas e proibidas. À medida em que o tempo foi passando e continuei tomando aquele remédio mais e mais vezes, eu me viciei nele. Não consegui mais viver sem ler. Os livros se tornaram uma parte intrínseca da minha vida. Eles se tornaram meus amigos, meus guias, meus amores. Meus amantes mais fiéis.

Quando eu era criança e comecei a ler, não sabia que ia acabar me apaixonando por livros. Não consigo nem me lembrar de quando ou como comecei a ler. Só me lembro que minha mãe não gostava que eu lesse. Apesar disso, toda vez que tinha uma oportunidade eu me escondia em algum lugar com um livro e lia uma página, duas páginas, três se tivesse sorte, sempre sentindo meu coração bater descompassado, sempre torcendo para que minha mãe não me encontrasse e não gritasse como sempre: “Bernadete, você não tem nada pra fazer”? Para minha mãe, os livros não tinham valor nenhum, mas para mim eles eram tudo.

Na minha infância, eu não tinha muita escolha de livros. Morava numa cidade pequena do Brasil, cercada pelo Pantanal e por fazendas. Era impossível sair da cidade de carro – não havia estradas. De trem, levava-se oito horas para chegar à próxima cidade. Havia aviões, teco-tecos, só duas vezes por semana. Livros não chegavam à minha cidade facilmente. E também não havia uma biblioteca. Mas eu tinha sorte: meu tio era piloto.

Meu tio, que era dono de uma fazenda bem grande e também trabalhava como piloto transportando passageiros de uma fazenda pra outra no seu aviãozinho, tinha aprendido a voar também com sua imaginação. Em casa, ele adorava sentar na rede no jardim e viajar com suas fantasias e todos os tipos de livros. Se por acaso ele lesse um best-seller ou um romance, quando acabasse dava o livro para minha mãe que também gostava de ler, embora não gostasse que eu lesse. Mas eu acabava lendo o precioso livro de qualquer maneira, mesmo que tivesse de me esgueirar e esconder pra poder lê-lo um pouquinho de cada vez.

Eu me lembro muito bem de uma coleção de livros. Cada um deles tinha uma capa verde com o desenho de um casal se beijando. Acho que a coleção tinha sido dada para minha mãe quando ela era adolescente porque as páginas dos livros já estavam amareladas e estragadas. Embora os livros fossem velhos, para mim eles eram mais vivos do que nunca e por um tempão eu os devorei, um por um, fazendo de conta que eu era a heroína e meu amor logo iria aparecer para me resgatar… Ele nunca apareceu, é claro. Eu é que saí da minha cidadezinha para estudar e morar no Rio de Janeiro, levando apenas minhas roupas comigo. Mas dentro de mim eu levava a paixão por livros que nunca iria me abandonar.

Eu tinha sido mandada para estudar num internato e logo fiquei horrorizada ao descobrir que a caríssima escola só para meninas tinha menos livros do que na minha casa. Na minha classe havia uma estante com quem sabe cinqüenta livros, a maior parte deles sobre a vida de santos ou de Cristo. Eu quase já tinha perdido as esperanças de achar alguma coisa pra ler quando percebi, escondido atrás, bem no fundo da estante, um livrinho coberto de poeira. Ele não parecia ser sobre religião porque tinha um nome mais curioso: “O velho e o mar”. Era escrito por um autor do qual eu jamais tinha ouvido falar: Ernest Hemingway. Intrigada, comecei a lê-lo e alguns minutos depois já estava fascinada por Santiago, o pescador.

Amei tanto aquele livro que quando fui pra casa da minha tia para passar o fim de semana, perguntei se ela tinha outros livros daquele autor. Ela me emprestou “Por quem os sinos dobram,” e eu o li aos domingos quando podia sair da escola, um pouquinho de cada vez, uma colher de cada vez…Aos treze anos, eu estava perdidamente apaixonada por Ernest Hemingway.

Quando acabei de ler todos os livros dele que eu podia encontrar, descobri na casa da minha tia Herman Hesse, Graham Greene, Antonio Callado, Edgar Allan Poe. Como eu só podia lê-los aos domingos, durante a semana eu sonhava com o mundo que eu tinha descoberto através dos livros.

Naquela época eu pensava que meu relacionamento com livros era estranho, uma coisa que me separava do mundo. Só quando li o conto “Felicidade clandestina,” de Clarice Lispector, fui descobrir que outras pessoas podiam gostar de livros tanto quanto eu. O conto é sobre uma menina gorda e feia que ainda assim consegue torturar uma das meninas mais bonitas da cidade porque o pai da menina feia é dono de uma livraria e ela tem acesso a todos os livros que possa querer. Com refinamento sádico, dia após dia, ela promete dar à menina bonita o livro que a menina quer, mas nunca cumpre a promessa. Quando a mãe da menina feia descobre o que está acontecendo e dá o livro pra menina bonita, a menina corre pelas ruas abraçando o livro. Em casa, faz de conta que o perdeu só para poder encontrá-lo, demonstrando uma paixão por livros que me deixou inebriada. Pela primeira vez eu não estava sozinha. Sabia que alguém mais gostava de livros tanto quanto eu.

Minha paixão por livros continuou através da minha vida e teve que vencer um obstáculo tremendo quando, aos trinta e um anos de idade, me mudei para Nova York. Como eu quase não tinha dinheiro, fui forçada a deixar todos os meus livros no Brasil. Além disso, meu inglês era precário e não podia ler nessa língua. Por alguns anos fui condenada novamente à escuridão; condenada a viver sem livros, meus amigos, meus guias, meus amantes.

Mas meu amor por livros era tão grande que finalmente transpus aquele obstáculo. Aprendi a ler em inglês e mais uma vez pude deleitar-me com meus autores favoritos.

Apesar de os livros sempre terem feito parte da minha vida, eles ainda representam um mistério pra mim e cada vez que abro um livro novo ainda me pergunto que prazeres vou descobrir, em que estradas vou viajar, que emoções vou viver. Será que esse livro vai me tocar como mulher, como estrangeira, tocar minha alma romântica, despertar minha curiosidade? Que horizontes vão se abrir para mim, que pedaço da minha alma será atingido, qual segredo será revelado?

Às vezes o livro me seduz não apenas pela história que conta, mas também pela escolha de palavras do autor. Lendo o conto de Gabriel Garcia Marquez “O homem afogado mais bonito do mundo” eu mal posso acreditar quando ele escreve que tinha levado “uma fração de séculos para o corpo cair no abismo”. Uma fração de séculos! Leio as palavras várias vezes, apaixonada por elas, pela sua precisão, pelo seu sentido oculto. Tento memorizá-las sabendo, ao mesmo tempo, que elas já são parte de minha alma.

Depois de ter lido tantos livros que me tocaram profundamente, cada um de um jeito especial, entendo agora que minha mãe tinha razão quando tentava me manter longe dos livros na minha infância. Ela queria que eu ficasse na minha cidadezinha, casasse com um fazendeiro rico e chato para continuar com as tradições. Mas os livros me carregaram pra longe. Eles me deram asas pra voar, para descobrir lugares novos. Eles me deram coragem pra viver um tipo diferente de vida. Eles me fizeram desejar mais, e quando não pude ter tudo com que havia sonhado, os livros ainda estavam lá para me confortar e me mostrar novas opções.

Sim, minha mãe tinha razão. Livros são perigosos, são subversivos. Por causa deles, deixei um futuro previsível por um imprevisto. No entanto, se tivesse que escolher de novo, sempre escolheria os livros em vez da vida sem brilho que poderia ter vivido. Afinal de contas, que alegria poderia ter sem meus livros, meus amantes mais fiéis?

“Um caso de amor com livros” foi publicado em inglês no livro Keys to Better College Reading, da editora Townsend Press; no livro Preparing for the New Jersey GEPA, da editora Amsco; nos livros College Writing Skills With Readings, e Writing Paragraphs and Essays da editora McGraw-Hill.

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9.7.09

A Casa Rosa da Rua Alice

Por Silvio T. Corrêa

Famosa por suas atividades, a Casa Rosa da Rua Alice, no bairro das Laranjeiras no Rio de Janeiro, tem muitas histórias de homens galinha. E de não galinha também, mas este não nos interessa.

Palco de várias iniciações, muito homem galinha iniciou ali as suas atividades e durante o passar dos anos, usava a casa, quando o seu charme não estava lá essas coisas e já passava das 2h.

Conta a nossa história que Gallus, ainda com 15 anos, era um rapaz viril. Levado pelo irmão mais velho para a sua primeira vez, Gallus ficou boquiaberto com a quantidade e a qualidade do material encontrado.

Passou uma hora, duas, três horas e Gallus, tímido, nada fez. Voltou pra casa sem a iniciação à galinhagem.

Na semana seguinte, Gallus foi tentar novamente. Estava resolvido em vencer a sua timidez.

Sentou na mesa e pediu um cuba-libre. Bebericava e apreciava o desfile das beldades. Gostou de uma, morena, em particular. Contudo, não sabia como mostrar seu interesse. Continuou olhando e aguardando que surgisse uma ideia de como se aproximar. Não foi preciso.

A morena, vendo a hesitação de Gallus e a sua agitação, chegou-se à mesa e pediu licença pra sentar. Gallus pediu um cuba-libre pra ela.

Conversa daqui, conversa dali, Gallus foi relaxando e descontraindo.

Nisso, ele percebeu que uma mão passeava por sua coxa. Não demorou 5 minutos e de mão dada com a morena, tentando caminhar por uma reta imaginária, foi para o quarto.

Por força do cuba-libre, Gallus se jogou na cama. A morena pediu licença, dizendo que já retornaria. Mas não foi a morena que retornou.

Uma loura escultural entrou no quarto.

Gallus — contou depois — achou que estava dormindo. Mas não! A loura estava ali e caminhava, de gatinho, por cima da cama. Na sua direção.

Já estava por cima de Gallus. Ele podia sentir a temperatura fria da pele dela. Quando então, aconteceu! A loura sumiu! Desapareceu!

A morena entrou no quarto e Gallus, com os olhos esbugalhados, juntava as roupas e saía.

É verdade que Gallus teve sua iniciação, mas até hoje ele não sabe com o que ou com quem.

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