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3.9.09

Ser ou não ser, eis a opção.

Por Luis França

Qual o nosso limite? O quanto aguentamos antes de estourar? Até quanto suportamos as divergências antes de explodirmos? Como perceber a linha tênue que separa a razão do descontrole total, da raiva, ou mesmo do ódio, a ponto de esquecer a civilidade e reagir, ainda que por instinto? E, depois de feito, existe chance para o arrependimento?

Falando por mim -- e creio que a maioria das pessoas seria assim -- até que sou muito tranquilo. Normalmente meu pavio é longo, reflito muito sobre as respostas, atitudes a tomar: penso, pondero, calculo, aguento, engulo sapos, esqueço com facilidade as ofensas e provocações, piadinhas idiotas de qualquer mente sem cultura; sou quase inerte a isso.

Mas tem hora que tenho medo dos meus pensamentos. Como não tenho sangue de barata, a minha cabeça ferve, a adrenalina aumenta, a visão angula, a mente fica a mil, o radar afunila no alvo e confesso que tenho vontade de reverter essa mansidão, enfiar o pé na jaca e partir pra cima, retrucar, ofender, até humilhar, cuspir na cara; vontade de entrar no embalo da gritaria, de responder à altura -- inteligência não me falta pra isso --, vontade de emburrecer só pra baixar ao nível da ignorância alheia e vomitar as minhas pragas, afinal, meu ouvido não é pinico... E mesmo que fosse, em algum momento eu teria que esvaziar o potinho, devolver o lixo ouvido à força para a origem. Nas raras vezes em que isso aconteceu, eu destruí a afronta, ainda que havendo consequências rolou muito pouco arrependimento.

Não é fácil engolir desaforo gratuito de quem quer que seja, principalmente quando este não faz ideia do que diz, é pessoa imprestável, falsa, mediocre, pobre de um mínimo de moral, debilitada espiritualmente e de alma vazia, impoluta; um lixo, inútil; uma piada de mal gosto e pior, mal contada. Um ser míope, maldito infeliz, oportunista; instrumento do mal que vive tentando tirar a paz de outros, um desgraçado fazendo hora no mundo.

Felizmente, quando estou a ponto de me rebaixar, imediatamente me vem um sentimento de dó, de piedade e angústia por ver que alguém pode chegar a um ponto tal de mutilação da própria estima e existência que me dá vontade de derrubar uma lagriminha.

É duro ver o miserável se vender por qualquer merreca, largar a família, viver uma imundície de vida em troca de um prazer efêmero, para depois ficar chorando as próprias mazelas, e apontando as pessoas em volta, como se os outros fossem responsáveis pela sua própria miséria ou ruína. Acredito que é doença espiritual seguir essa podridão de vida... É neste momento que começo a ter estes sentimentos benevolentes, graças a Deus.

Por fim, temos que entender e respeitar as opções das pessoas, afinal, limites também se escolhe. Pena quando não sabem fazer isso direito, coitadas. E, Deus nos livre de um coração peludo e rancoroso...!

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