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24.3.10

A Cerveja na Sala de Estar

Napoleão Pataca chegou eufórico.

– Mulher! Venha ver o quadro que eu comprei!

– Napoleão, meu filho, você foi gastar dinheiro!!??

– Veja, não é uma beleza?

A mulher olhou de lado, de cima, atrás, virou a obra de cabeça pra baixo, e soltou a bomba.

– Que droga de quadro é esse?
   Duas garrafas de cerveja? E vazias?

– É a última moda. Estão até fazendo uma amostra em Madri.

– Amostra não! Mostra! Mostra, Napoleão!

Triste, ele me contou que teve que devolver o quadro.

Mas a cerveja já deveria ter status de obra de arte ou pelo menos, ser considerada de utilidade pública. Algumas louras, muito menos importantes, – nem cogito se deveriam ser consideradas de utilidade pública – já foram consideradas arte em diversos segmentos.

A cerveja é uma grande companheira. Não é pra você? Pois pra mim, ainda que não seja a amiga de todas as horas, temos um encontro semanal!

Fico imaginando o que Leonardo Da Vinci teria pintado com esse tema. A Cerva Lisa; uma mona louríssima com um sorriso meio safado. Michelangelo faria o seu Davi segurando uma tulipa com um colarinho de fazer inveja. O nosso Portinari, na tela “O Morro”, teria, com certeza, destacado uma birosca com um grupo de pagode cervejando e a mesa abarrotada de latas e garrafas.

Acabei de atender o telefone e era o Napoleão, perguntando se deveria comprar uma pintura de uma loura depravada. Desaconselhei-o, é claro.

Nessa mostra em Madri, parece que alguns artistas usaram o tema – cerveja – em obras abstratas. Vamos parar de brincadeira! Já existem diversas pinturas, famosíssimas, que poderiam fazer parte da exposição. Ainda que nessas obras não se consiga visualizar uma cerveja – nem qualquer outra coisa –, a abstração é tanta que certamente o autor deveria estar de porre.

Sendo essa mostra no Brasil e já teríamos a Bienal da Cerveja, Beer Week ou outro nome pomposo. Claro, um evento fechadíssimo e patrocinado por marcas nacionais e importadas. Fosse um evento aberto e não sobraria uma tela para contar história, alem do tumulto na entrada do evento. “Oba! Cerveja de graça!”

O Napoleão, feliz da vida e sempre querendo estar na onda, acabou comprando um abajur – a única “obra” que a esposa permitiu –, feito com uma garrafa de cerveja, dessas chiques, e colocou-o na mesinha da sala de estar. Ele jura que a garrafa é original.

Já avisei pra tomar cuidado! Tem muito falsificador de “obra de arte”, espalhado por aí, ainda mais se tratando de cerveja. Tem gente levando “oxigenada” por “loura”.

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