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18.5.11

Português? É tudo uma questão de resultados.

por Silvio T Corrêa

Antes desse furdunço por causa do livro "Por uma vida melhor", eu perguntei para uma professora de português por que não era mais ensinado sujeito, predicado, oração, adjuntos. Ela me respondeu que era tudo decoreba e o ensino, hoje, é feito contextualizando (seja lá o que isso quer dizer) esses conceitos. Eu resolvi encerrar a minha conversa.

Uma professora de Matemática tem alunos que não sabem fazer contas e, claro, nem a tabuada, porque o professor não o obrigou a decorá-la.

Agora vem essa história, ridícula — nesse caso —, de linguística. Me perdoem, linguística é para linguistas. Querer utilizar conceitos científicos no dia-a-dia das pessoas é como dizer que o DETRAN vai fiscalizar se a luz dos faróis está fazendo a curva correta, só porque o Einstein provou que a luz, sob condições, "faz curva" — vai que tem um buraco negro no caminho.

Imaginem uma aula para alunos de 12 ou 13 anos, moradores em ambiente hostil. O professor está falando sobre conflitos — peguei pesado, mas serve como exemplo —, quando um aluno levanta e pergunta: "Para resolver o conflito eu posso matar a pessoa?"

O professor, naturalmente, responderá: "Você pode, mas corre o risco, se for pego, de sofrer preconceito social e prisional."

A mim parece que tem muita gente querendo conquistar os seus 15 minutos. Não conheço a autora, não li o livro, mas assisti a entrevista. Se a autora quiser escrever um livro e afirmar que o "errado está certo", é problema dela, porém, a partir do momento que esse livro é entregue em escolas, passa a ser um problema de todo brasileiro e sob um olhar, restrito, à função da escola de ensinar e desenvolver cidadãos, e não sob um olhar linguístico.

Portanto, de nada vale se linguisticamente o posicionamento está correto. A redação no vestibular vai se lixar para a linguística; o entrevistador, ao primeiro "nós vai", dispensará o candidato; em um ambiente de competição, que vivemos hoje, basta um "pra mim fazer" para ser desqualificado, mesmo que a área seja física "subatômica".

Bem, o resto que eu poderia dizer não acrescentará qualquer benefício, como sei que esse próprio texto não acrescentou para muitos. Aí, vai da consciência de cada um e de qualquer maneira, torço para que seu filho, seu sobrinho ou seu neto não esteja aprendendo nesse livro. O meu, se estivesse, eu tomaria alguma providência séria.

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